A
chegada das primeiras famílias e o Patrimônio de São Roque
1917
– Fundação
da Companhia Brasileira de Colonização / Loteamento e início da venda de lotes
nas Fazendas Patos e Figueira / Chegada e estabelecimento das primeiras
famílias nas Fazendas Três Coqueiros, Patos e Figueira / Início de alguns
Patrimônios na região: Jaguaretê, Laranja Doce e Marambaia.
1918/1920
– As
pessoas são atraídas pela qualidade das terras e pela facilitação no pagamento
das mesmas, intensificando-se, desta forma, a venda dos lotes pela Companhia
Brasileira de Colonização / As Fazendas Patos e Figueira começam a ser povoadas
por funcionários da Companhia e pelas primeiras famílias que adquiriram os
lotes (na maior parte dos casos vinham na frente os homens para construir
ranchos e, só depois, buscavam o restante da família) / Surgem as primeiras
vendas / Cercam uma área no sítio do Sr. Antonio Rafael para ser usada como
cemitério, nas redondezas do futuro Patrimônio de São Roque.
1920
– No
dia 05 de julho a família Almeida, proveniente de Palmital, se instala
definitivamente na Fazenda Patos / Falece Maximília Gonçalves, filha adotiva de
Júlia Almeida Ramos, sendo uma das primeiras sepultadas no novo cemitério / Os
moradores da Fazenda Patos (de diversos credos) iniciam um “caixa”, a fim de
comprar terras para a elevação de um Patrimônio.
1921
– No
dia 17 de abril, na residência do Sr. Tertuliano Machado Coutinho, na Água dos
Patinhos, foi organizada a Igreja Presbiteriana Independente de Três Coqueiros,
com 74 membros maiores / No dia 15 de novembro foi efetuada a compra de 10
alqueires de terras para a fundação do Patrimônio que foi dedicado a São Roque.
1922
–
Inicia-se a construção de uma capela católica no novo Patrimônio, em honra a
São Roque, que deu origem ao nome do local / Eleição de um representante para
dirigir o Patrimônio de São Roque / Francisco Severiano de Almeida (Chico
Maria) é eleito por grande maioria da população, sugerindo que até esse período
não havia ainda ranço de preconceito religioso acentuado / Conclui-se a capela
católica / Padre Joaquim Nunes de Faria (Padre Faria) começa a dar assistência
religiosa ao Patrimônio / O mesmo não reconhece a eleição de Chico Maria e
nomeia três representantes para dirigir São Roque: Antonio Alves Pereira
(conhecido com Antonio Baiano), Antonio Rafael e o português Joaquim Faria /
Iniciam-se as perseguições e discriminações religiosas: protestantes são
impedidos de residir e de construir uma escola que atenderia a todos no
Patrimônio.
O
nascimento de Liberdade
1923
–
No dia 12 de janeiro a Cúria Diocesana oficializa a compra do lote feita em
novembro de 1921, excluindo completamente a participação dos protestantes /
Intensificam-se as perseguições e discriminações religiosas: dirigentes mandam
interromper um culto, alegando que a cantoria estava incomodando o vigário / No
dia 23 de abril, na casa do Sr. João Rufino Sant’Anna, no sítio da Figueira,
reúne-se um grupo de pessoas e Chico Maria apresenta o projeto para a fundação
de um novo patrimônio / Em resposta aos
anseios daqueles sertanejos de viver em um lugar sem preconceitos,
discriminações e perseguições nasce naquele dia, 23 abril de 1923, a concepção
do Patrimônio da Liberdade, alicerçada nas ideias e ideais de liberdade,
igualdade, paz, governo laico,
valorização da educação e garantia de direitos / O projeto foi acolhido por
todos, então, Antonio de Almeida Prado oferece 10 alqueires de suas terras para
a elevação do novo Patrimônio / Iniciam-se os estudos para decidir se Liberdade
se localizaria na margem direita ou na margem esquerda do Córrego dos Patos /
Depois das discussões, verificou-se que o lado esquerdo era o mais propício,
devido às suas condições topográficas / Provavelmente, no final deste ano, os
dirigentes de São Roque mandam cercar o cemitério, deixando para o lado de fora
da cerca a sepultura de Maximília Gonçalves, por ela pertencer à família
protestante.
1924
– No
dia 2 de janeiro falece José Prudenciano do Prado (Quita), o filho caçula de
Júlia de Almeida Ramos / Os dirigentes de São Roque não permitem que a família
o sepulte dentro do cemitério / Com muito “bom arranjo” (segundo palavras de D.
Marcília de Almeida Oliveira, filha de Chico Maria), Quita é sepultado do lado
de fora da cerca do cemitério, no cafezal do Sr. Antonio Rafael / Devido à
situação extrema de preconceito e de discriminação acelera-se a efetivação do
novo Patrimônio, que teve suas primeiras ruas medidas e demarcadas no dia 14 de
abril / Trabalharam nesta primeira fase da empreitada João Antonio Rodrigues,
José Lino Sant’Anna, Antonio de Almeida Prado, José Miguel e José Severiano de
Almeida, entre outros / “Na área urbana serão vendidos lotes, sem se cogitar
das opiniões religiosas ou políticas de quem os pretender” (palavras textuais
de Antonio de Almeida Prado em um histórico datado de 15/11/1925) / D. Júlia de
Almeida Ramos doa um lote de suas terras para a construção de um cemitério no
Patrimônio da Liberdade / A primeira casa de Liberdade começou a ser construída
no dia 05 de julho e pertencia a Chico Maria / Os primeiros habitantes que
entraram no Patrimônio foram: Maria Joaquina de Almeida (25 de setembro),
Antonio de Almeida Prado (21 de novembro), Durval Ribeiro Duarte e Pedro
Botelho / Início da construção do templo de madeira da IPI em Liberdade, que
também serviu por algum tempo como escola pública.
1925
– Instalam-se
os primeiros comerciantes em Liberdade: José Salviano de Almeida (15 de
fevereiro), Eduardo Góis e José Pedro, este último numa filial de Oséias
Guimarães de Maracaí / No dia 22 de maio falece o Sr. José Maria de Almeida
Ramos, pai de Chico Maria e de Júlia de Almeida Ramos, acontecendo no dia
seguinte o primeiro sepultamento do Cemitério da Liberdade.
1926
–
Em maio foi criado o Distrito Policial em Liberdade / O presbiteriano
independente Antonio de Almeida Prado doa à Cúria Diocesana de Assis, um
terreno de 800 metros quadrados, para a construção de um templo católico em
Liberdade, conforme escritura lavrada em Paraguaçu Paulista, no dia 25/11/1926.
A
cidade de Iepê
1927
–
Foi criado o Distrito de Paz em Liberdade, por força da Lei Estadual n. 2254,
de 29 de dezembro, passando a chamar-se Distrito de Paz de Yepé, inicialmente
grafado com “Y” e com acento agudo / Como já existia no Estado de São Paulo
outro Distrito chamado Liberdade, foi escolhido o nome Iepê, que em
Tupi-Guarani significa a rigor “um” ou “lugar único” e numa tradução poética
assume o sentido de “liberdade”.
1928
–
Instalação do Distrito de Paz de Iepê / No dia 25 de abril foi instalado o
Cartório, que teve no dia 27 de abril o primeiro registro de nascimento:
Rubião, filho de Jorge Bassil Dower e Benedita Esteves de Freitas.
1929
– Foi instalada a primeira Escola Pública de Iepê, tendo como professores
leigos Elias Teixeira de Carvalho e Juventina Arruda Sant’Anna, e no ano
seguinte o professor formado Bento Munhoz Soares. Esta escola estava situada à
Rua São Paulo, onde funcionaram duas salas de aula até 1940.
Décadas
1930/40 – O Distrito de Iepê passou a pertencer ao município
de Sapezal, para onde foi o município de Conceição de Monte Alegre. Depois foi
transferido para o município de Rancharia. / Jorge Bassil Dower, João Antonio
Rodrigues e Otávio Garbosa foram os três primeiros vereadores do Distrito de
Iepê, enquanto este pertencia ao município de Rancharia. Ficaram no cargo até
1937 / João Antonio Rodrigues, Francisco Severiano de Almeida, Jorge Bassil
Dower e Adalberto Garcia de Oliveira foram subprefeitos de Iepê.
1937
–
Em 22 de setembro foi criada a Paróquia São João Batista, que teve como
primeiro vigário o Pe. Francisco Xavier Penzkofer.
1940
–
Foi criado pelo decreto n. 16, publicado em 17 de abril de 1940, o Grupo
Escolar de Iepê, em terreno doado pelo Sr. João Antonio Rodrigues, que também
cedeu a madeira para tal fim / Em 21 de julho foi inaugurado o Templo de
alvenaria da Igreja Presbiteriana Independente de Iepê.
1943
– Em
04 de fevereiro forma-se uma comissão para lutar pela emancipação política de
Iepê. Nessa comissão participaram tanto católicos como protestantes, fato que
sinaliza que Iepê havia conseguido colocar em prática o ideal de ser uma terra
para todos, objetivo pelo qual foi fundada / Em 24 de junho foi inaugurado o
Templo de alvenaria da Igreja Católica, embora não estivesse totalmente
acabado.
1944
–
Foi criado o município de Iepê, através do Decreto 14.334 de 30/11/1944.
1945
– No
dia 01 de janeiro instalou-se o município de Iepê, sendo seu prefeito nomeado o
Dr. Agenor Roberto Barbosa, seguido de João Antonio Rodrigues, Silvado de
Mello, Carmem Garcia de Oliveira Mello e Rubens Ribeiro de Castro.
1947
–
João Antonio Rodrigues foi eleito prefeito, através de eleições diretas,
tomando posse no dia 02/01/1948. O primeiro presidente da Câmara de Vereadores
foi Odilon Amâncio Taveira.
Nê Sant'Anna e Paulo Fernando Zaganin Rosa
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